Dor articular em felinos

Dor articular em felinos

A osteoartrose na espécie felina é uma patologia pouco diagnosticada, mas muito frequente.

Aproximadamente 40% dos gatos maiores de 7 anos tem sinais de artrose em alguma articulação, de entre as quais as articulações lumbossacra, coxofemoral, o cotovelo e o joelho são as mais afetadas e com maior frequência.

O motivo pelo qual em muitos casos não se diagnostica se deve, provavelmente, a que os gatos com artrose não mancam, nem mostram um andar alterado de uma forma objetiva, rasgos que em outras espécies como ser o cão levam ao proprietário e ao veterinário até a patologia articular.

O gato com osteoartrose deixa de subir a lugares altos, vacila antes de pular, rejeita o escovado, não permite que o segurem nos braços e se mostra geralmente mais irascível. O diagnóstico desta patologia se realiza mediante radiografia simples, e sempre tem que relacionar a clínica do paciente com o diagnóstico radiológico: gatos com sintomas claros de dor articular podem apresentar sinais radiológicos leves, e vice-versa, pacientes com sinais radiológicos muito graves levam uma vida normal.

Para controlar a dor articular no gato é recomendável o uso de meloxicam, que nesta espécie é autorizado como fármaco de uso crônico para esta patologia.

Quando for necessário o uso de meloxivet durante um longo tempo, lembre que pode ser utilizado também em doses menores como 0,02-0,05 mg/ kg e combinado com tramadol gotas ou comprimidos, já que utilizando estas doses é possível também usá-lo em pacientes com patologia renais.

É fundamental manter um estrito controle da obesidade nestes pacientes, já que a sobrecarga de peso sobre as articulações magnifica a dor e piora a progressão da artrose.

Condroprotetores

São denominados desse modo os fármacos que contêm substâncias precursoras da cartilagem, e são utilizados como um complemento no tratamento da osteoartrose junto com os AINEs, principalmente quando não existem crises agudas da doença. São conhecidas como substâncias modificadoras da doença e considerados complementos nutricionais.

Seu mecanismo de ação é aportar os elementos que diminuem na osteoartrite, devido a que existe um déficit na capacidade de regeneração do tecido cartilaginoso.

Pode se observar um efeito benéfico sobre a articulação, seja por estimulação na síntese de proteoglicanos e colágeno pelos condrócitos, mediante uma atividade anti-inflamatória ou por uma atividade antitrombótica fibrinolítica.

Entre os compostos comumente encontrados temos:

Ácido hialurônico: É um componente importante do líquido sinovial, é administrado intra-articularmente e protege o tecido cartilaginoso lubrificando a articulação e inibindo a diapedese dos glóbulos brancos na articulação.

Glicosaminoglicanos polissulfatados  Este composto se une ao tecido conetivo devido a sua elevada carga negativa dos seus grupos sulfato.

Sulfato de Condroitina : É um glicosaminoglicano que se extrai a partir da cartilagem,  é administrado por via oral. Este condroprotetor inibe as enzimas que degradam o tecido cartilaginoso, tem capacidade de estimular a síntese de glicosaminoglicanos e colágeno, e inibe a inflamação. A tolerância ao produto é boa e não existem reportes de toxicidade.

Glucosamina:  Estimula a síntese de Ácido hialurônico, proteoglicanos e colágeno pelos condrócitos. Também estimula a síntese de fibroblastos anti-inflamatórios independentes da ciclooxigenase.

Conclusões:

Os AINEs proporcionam uma rápida resolução à dor e à inflamação, mas geralmente ao serem suspendidos, mostram uma regressão progressiva para o quadro clínico inicial, devido a que não são capazes de modificar o curso natural da doença.

Em alguns estudos os Condroprotetores demonstraram uma resposta favorável embora ela fosse lenta, e estes efeitos se mantiveram por mais tempo, após a suspensão do tratamento, mas não desapareceram.

É preciso lembrar que até hoje não existe medicamento algum que dê ao paciente a cura ou recuperação total para a doença articular degenerativa, a pesar dos avanços inclusive cirúrgicos como serem a substituição total, ou da artroscopia, já que não é possível falar de tratamentos  100% efetivos.

 

Bibliografia:

https://www.gattos.net/images/Publicaciones/Isabel/Argos_143_ManejoDolor.pdf

http://avepa.org/pdf/Directrices%20_ISFM_AAFP.pdf

www.isfm.net/toolbox